Com a ajuda de um peixinho que possui 70% de similaridade genética com os humanos, cientistas do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), em Campinas (SP), testaram um nanomaterial capaz de se ligar a moléculas e proteínas com potencial para aplicação futura nas áreas de saúde, biotecnologia e meio ambiente.
Na avaliação dos cientistas, a nanopartícula mostrou-se promissora para o desenvolvimento de novos medicamentos e aplicações para tratamento de câncer, na busca por diagnósticos, além de remoção e detecção de poluentes ambientais.
Para analisar a toxicidade e a possibilidade de uso do componente, os pesquisadores adicionaram propriedades magnéticas e de luminescência à nanopartícula, que tem um tamanho menor que de uma célula, e puderam acompanhar a interação no organismo vivo desde a fase embrionária.
De acordo com o pesquisador Carlos Pérez, um dos responsáveis pelo estudo, nessa fase foi possível comprovar a baixa toxicidade da nanopartícula, que não foi destruída nem se biotransformou no organismo do peixe conhecido popularmente como "paulistinha".
"Isso é bom para potenciais aplicações no futuro. Com a propriedade magnética, podemos tentar levar a substância para alguma região específica do organismo, liga-la a algum fármaco", projeta Gabriela Helena da Silva, que realiza o trabalho de pós-doc no LNNano.